sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tormenta de possibilidades

Tormenta de possibilidades

Não podemos ser inimigos,
Porque temos o melhor do outro dentro de nós.

Não podemos ser amigos,
Porque ainda enamoramos as nossas virtudes e valores.

Não podemos ser namorados,
Porque os vínculos construídos formam uma relação perfeita.

Não podemos ser o par perfeito,
Porque essa dita perfeição não há.

E uma vez definidos como seres imperfeitos,
Poderemos viver um nada existencial.

Sem decisão ou ação,
Presos a essa ilusão de um futuro maior e melhor

Envolvidos em uma grande tormenta de possibilidades.
Porque estaremos sempre entre a escolha e a perfeição.

E assim nunca chegaremos ao concreto esteio de uma relação.
Onde cada passo é carregado de verdade e emoção.

Ricardo D’Ávila 28/10/2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

É tarde... É tarde... É tarde Alice!

É tarde... É tarde... É tarde Alice!

Há pessoas que vivem uma mentira
Como se fosse uma verdade,
Pois de tanto mentir, perdem a noção
Do limite entre o real e irreal.

E perdidas colocam o outro em sua fantasia.
Como personagens mal regidas,
Vivenciam a atrapalhada Alice,
Entre caminhos que não chegam a lugar algum,
Nesta vida de pisada frenética, não constroem relacionamentos no caminho.

Acordam sozinhas deste sonho infernal,
Ainda assustadas, ouvem gritos da rainha de copas,
A pedir-lhes a cabeça, consumindo o pouco
De lucidez que lhes resta.
Fogem de seus pesadelos e replicam
Essa fuga no existir para o outro,

Colocando o primeiro chapéu que lhes cabe,
Disfarçando a sua inaptidão para o legitimo e adequado.
Pois ninguém sabe o que se passa
Em suas cabeças de magnitude surreal.

E como o coelho, de pinote,
Devemos sair correndo deste sonho insano, e gritando.
É tarde, é tarde, é tarde!
É tarde até que arde!
Ai, ai meu Deus! Até, Adeus!
É tarde, é tarde, É tarde!

Ricardo D Avila 14/09/11

terça-feira, 28 de junho de 2011

O gato e o skate

O gato e o skate


Ando pelas ruas,
Em toda velocidade.

As meninas admiradas,
Gritam por toda a cidade.

Esse garoto é um gato!
Não desses que bebe leite.

Pois elas realmente ficam loucas,
Quando ando de skate.

Ricardo D'Ávila
06.2010 (dedicado a Arthur D'Ávila)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Possibilidades


Possibilidades

Não podemos ser inteiros,
Quando dois... Temos sempre muitos.

Não podemos ter verdades,
Onde não existem sonhos.

Não podemos construir,
Sem estruturar hoje, o amanhã.

Não podemos ter amizade,
Onde não há empatia.

Não podemos ser parceiros,
Quando a lealdade não está presente.

Não podemos nos iludir,
Com o tempo de uma realidade obtusa.

Não podemos nos associar,
Com falsas promessas de participação.

Não podemos nos emocionar,
Sem o verdadeiro pulsar do coração.

Não podemos ser alegres,
Para uma tristeza maquiada e travestida.

Não podemos acreditar,
Nas inverdades vendidas como  reais.

Não podemos sucumbir,
Nessa completa traição dos nossos maiores valores.

Não podemos completar,
O que não deseja ser parte de um inteiro maior.

Porém, também não podemos viver divididos,
Pois a vida é a totalidade das pequenas frações.

Diante de tantas impossibilidades,
Pedaços colados caleidoscopicamente.

Erguem-se em uma visão singular e exclusiva
Onde o poder do tamanho, perde o seu significado.

Resultante dos fragmentos vividos.
Regozijo maior diante da grandiosidade de ser.

Ser possível, impossível, semelhança e imagem da força maior
Onde para ele tudo é poder.

Ricardo D’Ávila
27.06.11

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Matemática das emoções

Matemática das emoções

Relação, fisicamente, estabelecida como duas paralelas,
Que não se encontram, já que o infinito dos sonhos,
 Foi aniquilado pelo pragmatismo do hoje.

Equação negativa sem mérito de representação,
Em meio a questões qualitativas  e outras quantitativas.
Onde os valores permutados, ou esquecidos,
Resultam em um vazio de um conjunto preterido.

Esta percepção matemática, dita apreciadora do conhecimento,
Desconhece o outro, e a necessária formula empática de fazer valer as emoções.
Calorosas verdades, construídas de forma algorítmica pela noção do romance, subtraídas friamente em nome de uma racionalidade pratica.

Busca-se o “x” desta loucura polinomial, onde números nunca inteiros, perdidos e reais,
Sofrem nessa análise complexa, de ser parte excluída de um conjunto meramente unitário.
Onde o vazio resultante desta operação, é percebido em meio à esperança desprezada.

Perde-se, as melhores emoções, no espaço aritmético criado por “um tempo”,
Teorema transfinito de uma resposta já conhecida,
não tabuladas como diferencial, ângulos complementares de uma tão desejada geometria.

A lógica apresentada pauta-se nas probabilidades e uma estatística inadequada
Para as frações mais que perfeitas das interações humanas.
A relatividade coexiste com a dureza fatorial desta análise,
Gerando o caos necessário para uma nova ordem.

Parte dela sem o perfeito vetor da valoração da vida e do outro,
Construída na indiferença funcional da existência sem o amor.

Elemento tão importante quanto necessário, para a continuidade e sanidade do ser,
Completo, complexo, quântico e sempre apaixonado por pontos...
Por vezes fractais, mas homeomorfos no plano do crescimento humano.

Somos todos partes e elementos na vida do outro,
Integral maior, sem limites ou barreiras para a continuidade e existencia.
Derivando em nulo os problemas meramente conceituais.

22 de junho de 2011
Ricardo D’Ávila

terça-feira, 17 de maio de 2011

Entre...

Entre...
Entre anjos e demônios... O exorcismo dançante de uma diaba loira.
Entre o céu e o inferno...O fogo da paixão.
Entre a faísca e a fumaça...O arder da emoção.
Entre a amizade e o amor...O labirinto da perdição.
Entre o ser e não ser...Romeu e Julieta das relações.
Entre o entender e construir... O planejar acontecer.
Entre a vida e a ilusão...O tempo passando.
Entre a verdade e a continuidade... O findar da relação.
Entre a possibilidade e o acessível...O ponto de exclamação.
Entre o querer e o poder... A incessante busca do ser.
Entre o presente e o passado... O futuro com projetos vencidos.
Entre o aqui e agora.... O ficar e acontecer.
Entre a obrigação e a realização... O desejo do sucesso.
Entre a luta e o descanso... A partilha do tempo em objetivos.
Entre o sonho e o pesadelo... O amanhecer.
Entre você e eu... A possibilidade.
Entre o certo e o errado...O viver!
Ricardo D'Ávila
Recife, 15.05.11

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Algumas coisas

Algumas coisas

Algumas coisas nos trazem alegria.
Outras... Pranto e desalento.

Algumas coisas duram pouco.
Outras vão muito mais além.

Algumas coisas nos representam tudo.
Outras são ninguém.

Algumas coisas aparecem e marcam.
Outras esquecem e desaparecem.

Algumas coisas são pequenas.
Outras não cabe contar, pois são imensuráveis.

Algumas coisas acontecem.
Outras não tem dimensão.

Algumas coisas cativam.
Outras corroem.

Algumas coisas engrandecem.
Outras destroem.

Algumas coisas são irreparáveis.
Outras refazem.

Algumas coisas são boas lembranças.
Outras nunca deviam ser vividas.

Algumas coisas enaltecem.
Outras entristecem.

Algumas coisas são valiosas.
Outras meramente dispendiosas.

Algumas coisas devem ser ditas e feitas.
Outras apenas consentidas.

Algumas coisas tem razão.
Outras loucura e paixão.

Algumas coisas são grandes gargalhadas.
Outras amargas cicatrizes.

Algumas coisas são insubstituíveis.
Outras permutáveis.

Algumas coisas são injustificáveis.
Outras não merecem respostas.

Algumas coisas são catastróficas.
Outras renovam o sorriso e a esperança.

Todas as coisas são passageiras.
E com elas passamos também.

Vivemos, amamos, aprendemos,
Consertamos, crescemos e eternizamos...
Nossas, tão nossas coisas.

Mas diferente delas, não somos...
Outras, algumas e tão pouco nenhuma dessas coisas.

Recife, 04.05.11
Ricardo D’Ávila

domingo, 20 de março de 2011

O fim é o começo.

O fim é o começo.


De ordem! É pura relatividade.
A compreensão do ontem, hoje e do amanhã.
resultante do nosso grande desconhecimento.

Conforme a sua vontade,
Entre emoções e pessoas,
O homem tenta enquadrar o tempo.

Perdido na incessante busca do entender,
Percebe, de forma limitada,
As alegrias do ontem, as dores do hoje,
E a verdadeira esperança do amanhecer.

Porém, sempre perplexo
Com o abrupto cessar,
Não se prepara para cada fim,
Como um grande nascimento.

Para alentar tanto sofrimento,
Precisa aplacar essa dor
Vendo na natureza e no criador,
Em toda parte, um novo momento.

Eterno plantio das emoções, em terra esvanecida.
Fruto dessa nossa afinidade majestosa.
Entre o espinho de uma roseira florida,
E a terna beleza da rosa, sempre viva e graciosa.

Pois, não tem término o que nos faz viver,
E todo convívio com o belo é semente consentida.
Instrumento temporal, desta divina relação,
Na incompreendida passagem da energia e da vida.

18/03/11
Ricardo D’Ávila

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Bola vida


A bola Vida
É linda… quando imaginamos que ela pode ser tão redonda que não tem lados para ter uma só perspectiva.
É linda ...quando imaginamos o quanto universal ela pode ser, e quanta alegria pode trazer.
É linda ...quando sabemos de suas propriedades e energia e não a prendemos ou a ela nos agarramos, sem deixá-la correr.
É linda... quando sabemos que a parede está lá, mas isso não impede de a jogarmos para o alto.
É linda... quando vivemos o seu girar e o seu quicar e sabemos que hora estaremos por baixo, hora por cima.
É linda... quando vivemos suas partes, a interna e a externa, entendendo que faz-se necessário a pressão interna para dar sustentabilidade a sua imagem externa.
É linda... quando jogamos, pois o jogo da vida é trazer alegria e está alegria nos faz correr para o abraço depois do esforço conjunto.
É linda... quando jogamos, com garra e o mais puro interesse de fazer valer todos os momentos até o apito de fim de jogo.

Caruaru, 07/10/2009
Ricardo D`Ávila

O amor é utopia!

O amor é utopia!

Amor é utopia... e buscamos nele, a nossa ilusão...
Não sabemos o que é, porque precisamos sentir,
Não sabemos como sentir porque não acreditamos.


Amor é utopia... e como explicamos isso ao coração!
Não somos parte do mundo, nem parte de nós mesmos,
Não somos sequer a divina semelhança da criação.


Amor é utopia... e perdemos nele a razão!
Não sabemos definir entre o bem e o mal,
Não conhecemos no outro maldade, só a bondade.


Amor é utopia... e como explicamos isso à toda essa emoção!
Não encontramos respostas, só um grande e doce devaneio,
Não encontramos esteio, só uma grande interrogação.


Amor é utopia... onde o encontro é a própria perdição
Não buscamos ser o outro, mas misturam-se os desejos,
Não somos singular mas um plural em busca da satisfação.


Amor é utopia... jogue na fogueira esse herege sentimento!
Não sabemos porque no outro adoramos os mais singelos detalhes,
Não entendemos sequer como é alimentada toda essa louca paixão.


Amor é utopia...  negamos a sua existência!
Não teremos problemas, pois o inexplicável não precisa ser ou mesmo ter,
Não seremos, não teremos, não podemos ter com ele qualquer relação.

Ricardo D`Ávila
03/02/2010

Cruel armadura

Cruel armadura

Grande ser, parte do meu inteiro e superior ser.
Compartilhar deste teu tilintar de luz e vida,
deixou-me vulnerável e ferido.
Por está tua indestrutível armadura.

Não são mais os teus desejos acorrentados que me torturam.
Mas a tua essência nua e crua,
diluída de forma lenta em tudo que vivemos,
sangrando doloridamente em meu peito.

A imensurável subordinação que agora tenho,
É conseqüência da frenética procura dos meus lábios pelos teus.
E das minhas mãos pelas tuas.

Maravilhosos encontros traçados em meio
a tantos caminhos percorridos e beijos selados,
Perdem-se na construção deste grande labirinto.
Com paredes de emoção e previsão,
de partilha e solidão.

Pois a graça e magnitude de sentir as palavras
que aprisionavam de forma divina o meu ao teu ser,
agora são sufocadas por essa liberdade indesejada.

Viver essa realidade é como desejar não acordar,
Dos teus braços e lábios, ainda tão próximos
que aquecem e tocam os meus sonhos.

Não existem mais frestas,
Pois tuas mãos vedam os teus e meus olhos.,
E tua boca cala o meu viver,
Que ainda pulsa em teu colo
Na esperança de continuar ser e amar.


20/04/10
Ricardo D`Ávila

Amor e desamor

Amor e desamor

Um é tudo...
o outro é quase nada

Como ter tudo,
quando o que falta é quase nada?

Um quase nada sem sentido,
que sem sentir é desamor.

Porque o amor, mesmo que incompleto,
já que é a própria plenitude do sentir,
Não busca por quase nada.

Só no desamor é que se explica
o incompreensível desejo do quase nada...
Do que nada se sabe e nada se tem.

Mas o nada, ou quase nada,
é inexistente  e irrelevante.
Não resiste a emoção
de sentir e de ser...

de ser parte, de ser um todo,
de ser o verdadeiro amor.


18/04/10

Penas à duras...

Penas à duras...

Penas da minha sina,
Penas da minha vida.
Mas não pelejo por esta pena.

Pois a pena que vejo,
Corre de forma sôfrega
Entre a emoção e a palavra.

Encharcada de tinta rubra,
Regendo a pena que martela
O bater do coração.

Mas é de dar pena
O penar do sonho e da razão
Nessa vida, vivida sem paixão.
11-02-11

Sou tudo isso... partes e verdades.

Sou tudo isso... partes e verdades.

Sou criança...
Traquino, brincalhão e travesso.
Vivo pelo avesso dessa curiosa criação
Do impossível ao necessário
Resultando em vida de boas gargalhadas.

Sou adulto...
Planejo, executo, acredito e trabalho.
Mas não deixo que as formalidades
Das relações superem as emoções

Sou pai...
Planto, rego, protejo.
Um ser que é parte sua,
Mas também toda uma individualidade de vida.

Sou filho...
Cresço a sombra de quem me ama,
Fazendo da vida a continuidade
De todo amor e proteção.

Sou professor desse eterno aprendizado,
Vivido entre a luz e a treva,
No lumiar da razão.

Sou aluno da versátil matéria das relações,
Trabalhadas no homem para homem,
Nessa louca sociedade de resultados.

Amante...
É no outro a melhor opção,
Da terna relação de doar-se em pedaços,
De um inteiro coração.

Amado...
Onde cada pedaço doado aplaca
Um pedaço no peito do outro,
Perfeito complemento dessa simbiótica doação.

Sou tudo isso e estou em tudo isso.
Não como um morto vivo,
Semi-enterrado, socialmente esquecido,
Em qualquer lugar de um coração.

Pois o meu, ainda forte pulsa,
Entre esses e outros personagens
Da minha tão vasta e presente historia de vida,
Em cenas de palco iluminado.

Coração aberto, assumindo
Emoções de partes e inteiras.
Para uma vida tão plena, como verdadeira
Que vive no bate e rebate do ser.


01/11/10
Ricardo D`Ávila