segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cruel armadura

Cruel armadura

Grande ser, parte do meu inteiro e superior ser.
Compartilhar deste teu tilintar de luz e vida,
deixou-me vulnerável e ferido.
Por está tua indestrutível armadura.

Não são mais os teus desejos acorrentados que me torturam.
Mas a tua essência nua e crua,
diluída de forma lenta em tudo que vivemos,
sangrando doloridamente em meu peito.

A imensurável subordinação que agora tenho,
É conseqüência da frenética procura dos meus lábios pelos teus.
E das minhas mãos pelas tuas.

Maravilhosos encontros traçados em meio
a tantos caminhos percorridos e beijos selados,
Perdem-se na construção deste grande labirinto.
Com paredes de emoção e previsão,
de partilha e solidão.

Pois a graça e magnitude de sentir as palavras
que aprisionavam de forma divina o meu ao teu ser,
agora são sufocadas por essa liberdade indesejada.

Viver essa realidade é como desejar não acordar,
Dos teus braços e lábios, ainda tão próximos
que aquecem e tocam os meus sonhos.

Não existem mais frestas,
Pois tuas mãos vedam os teus e meus olhos.,
E tua boca cala o meu viver,
Que ainda pulsa em teu colo
Na esperança de continuar ser e amar.


20/04/10
Ricardo D`Ávila

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