segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Bola vida


A bola Vida
É linda… quando imaginamos que ela pode ser tão redonda que não tem lados para ter uma só perspectiva.
É linda ...quando imaginamos o quanto universal ela pode ser, e quanta alegria pode trazer.
É linda ...quando sabemos de suas propriedades e energia e não a prendemos ou a ela nos agarramos, sem deixá-la correr.
É linda... quando sabemos que a parede está lá, mas isso não impede de a jogarmos para o alto.
É linda... quando vivemos o seu girar e o seu quicar e sabemos que hora estaremos por baixo, hora por cima.
É linda... quando vivemos suas partes, a interna e a externa, entendendo que faz-se necessário a pressão interna para dar sustentabilidade a sua imagem externa.
É linda... quando jogamos, pois o jogo da vida é trazer alegria e está alegria nos faz correr para o abraço depois do esforço conjunto.
É linda... quando jogamos, com garra e o mais puro interesse de fazer valer todos os momentos até o apito de fim de jogo.

Caruaru, 07/10/2009
Ricardo D`Ávila

O amor é utopia!

O amor é utopia!

Amor é utopia... e buscamos nele, a nossa ilusão...
Não sabemos o que é, porque precisamos sentir,
Não sabemos como sentir porque não acreditamos.


Amor é utopia... e como explicamos isso ao coração!
Não somos parte do mundo, nem parte de nós mesmos,
Não somos sequer a divina semelhança da criação.


Amor é utopia... e perdemos nele a razão!
Não sabemos definir entre o bem e o mal,
Não conhecemos no outro maldade, só a bondade.


Amor é utopia... e como explicamos isso à toda essa emoção!
Não encontramos respostas, só um grande e doce devaneio,
Não encontramos esteio, só uma grande interrogação.


Amor é utopia... onde o encontro é a própria perdição
Não buscamos ser o outro, mas misturam-se os desejos,
Não somos singular mas um plural em busca da satisfação.


Amor é utopia... jogue na fogueira esse herege sentimento!
Não sabemos porque no outro adoramos os mais singelos detalhes,
Não entendemos sequer como é alimentada toda essa louca paixão.


Amor é utopia...  negamos a sua existência!
Não teremos problemas, pois o inexplicável não precisa ser ou mesmo ter,
Não seremos, não teremos, não podemos ter com ele qualquer relação.

Ricardo D`Ávila
03/02/2010

Cruel armadura

Cruel armadura

Grande ser, parte do meu inteiro e superior ser.
Compartilhar deste teu tilintar de luz e vida,
deixou-me vulnerável e ferido.
Por está tua indestrutível armadura.

Não são mais os teus desejos acorrentados que me torturam.
Mas a tua essência nua e crua,
diluída de forma lenta em tudo que vivemos,
sangrando doloridamente em meu peito.

A imensurável subordinação que agora tenho,
É conseqüência da frenética procura dos meus lábios pelos teus.
E das minhas mãos pelas tuas.

Maravilhosos encontros traçados em meio
a tantos caminhos percorridos e beijos selados,
Perdem-se na construção deste grande labirinto.
Com paredes de emoção e previsão,
de partilha e solidão.

Pois a graça e magnitude de sentir as palavras
que aprisionavam de forma divina o meu ao teu ser,
agora são sufocadas por essa liberdade indesejada.

Viver essa realidade é como desejar não acordar,
Dos teus braços e lábios, ainda tão próximos
que aquecem e tocam os meus sonhos.

Não existem mais frestas,
Pois tuas mãos vedam os teus e meus olhos.,
E tua boca cala o meu viver,
Que ainda pulsa em teu colo
Na esperança de continuar ser e amar.


20/04/10
Ricardo D`Ávila

Amor e desamor

Amor e desamor

Um é tudo...
o outro é quase nada

Como ter tudo,
quando o que falta é quase nada?

Um quase nada sem sentido,
que sem sentir é desamor.

Porque o amor, mesmo que incompleto,
já que é a própria plenitude do sentir,
Não busca por quase nada.

Só no desamor é que se explica
o incompreensível desejo do quase nada...
Do que nada se sabe e nada se tem.

Mas o nada, ou quase nada,
é inexistente  e irrelevante.
Não resiste a emoção
de sentir e de ser...

de ser parte, de ser um todo,
de ser o verdadeiro amor.


18/04/10

Penas à duras...

Penas à duras...

Penas da minha sina,
Penas da minha vida.
Mas não pelejo por esta pena.

Pois a pena que vejo,
Corre de forma sôfrega
Entre a emoção e a palavra.

Encharcada de tinta rubra,
Regendo a pena que martela
O bater do coração.

Mas é de dar pena
O penar do sonho e da razão
Nessa vida, vivida sem paixão.
11-02-11

Sou tudo isso... partes e verdades.

Sou tudo isso... partes e verdades.

Sou criança...
Traquino, brincalhão e travesso.
Vivo pelo avesso dessa curiosa criação
Do impossível ao necessário
Resultando em vida de boas gargalhadas.

Sou adulto...
Planejo, executo, acredito e trabalho.
Mas não deixo que as formalidades
Das relações superem as emoções

Sou pai...
Planto, rego, protejo.
Um ser que é parte sua,
Mas também toda uma individualidade de vida.

Sou filho...
Cresço a sombra de quem me ama,
Fazendo da vida a continuidade
De todo amor e proteção.

Sou professor desse eterno aprendizado,
Vivido entre a luz e a treva,
No lumiar da razão.

Sou aluno da versátil matéria das relações,
Trabalhadas no homem para homem,
Nessa louca sociedade de resultados.

Amante...
É no outro a melhor opção,
Da terna relação de doar-se em pedaços,
De um inteiro coração.

Amado...
Onde cada pedaço doado aplaca
Um pedaço no peito do outro,
Perfeito complemento dessa simbiótica doação.

Sou tudo isso e estou em tudo isso.
Não como um morto vivo,
Semi-enterrado, socialmente esquecido,
Em qualquer lugar de um coração.

Pois o meu, ainda forte pulsa,
Entre esses e outros personagens
Da minha tão vasta e presente historia de vida,
Em cenas de palco iluminado.

Coração aberto, assumindo
Emoções de partes e inteiras.
Para uma vida tão plena, como verdadeira
Que vive no bate e rebate do ser.


01/11/10
Ricardo D`Ávila