quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Amar, existir inteiro e transceder - Todo fome e sede
Todo fome e sede
Não sou depois, sou agora.
Não sou um meio e sim um todo
a conflitar-se com o imprevisto prato.
Repleto de imagens que não me saciam,
pois são efémeras e fantasiosas.
Deglutindo de forma voraz
os que lhe cobiçam.
Decrescendo o ser diante dos precipícios
formados por sua gula aritmética.
Porém, ó brilho final do amanhecer ébrio,
que o trago na boca sedenta
não me reduza ao ridículo de uma mísera fração.
E que a taça fria do eventual
não eferveça o meu sangue para
saciar a fome do belo.
É necessário que a vida seja real,
para que famintos sadios
partilhem do sentir,
degustando cada momento com sabor total.
16/12/84
Ricardo D`Ávila
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