quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Luso quitanda, travestida de desejos Tupiniquins
Luso quitanda, travestida de desejos Tupiniquins
Tão notório e desconhecido, esse sentimento inqualificável.
Tão rubro e pálido, esse desejo inconcebível.
Tão íntimo e impessoal, esse conhecimento prévio do já vivido.
Tão próximos e distantes, olhares paralelos ao infinito.
Tão nosso e sem dono, essa propriedade sem pertences.
Tão Luso e despatriado , o aqui sem raízes.
Nesta quitanda de abstrações,
Com a incerteza da necessária e desejada entrega,
Perde-se o muito que somos,
E resulta-se em quão pouco realizamos.
A granel enche os olhos do incauto.
No varejo aterroriza o experimentado.
Oferta desmedida para a carência registrada.
Que entre o máximo e mínimo, o fiel da balança foi perdido.
Pesa o que vale, mas não vale o que se deseja.
Se nessa dual intriga, temos a barganha do não ofertado,
Coloca-se à banca esse produto solidão.
Entre a oferta desqualificada e a demanda desequilibrada,
Sucumbe-se a emocionante e almejada satisfação.
Ricardo Augusto Cunha D`Ávila
17/10/17
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