terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Existência e luz

Há mais passos a serem dados
Há mais emoções a serem despertadas
Há mais ação do que inércia
Há mais luz do que trevas
Há mais calor do que distancia
Há mais abraços do que adeus
Há mais cura do que efermidade
Há mais carinho em cada gesto
Há mais ser humano em cada um de nós
Porque há sempre a divindade fazendo da vida algo maior
Pois há em todo lugar parte dessa luz a ser percebida.
Ricardo D`Ávila
14/12/10

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sequência em cores e imagens

Imagem


Em lagos límpidos e claros,


esperamos a reflexão de nossa vida.


Porém turvamos com nossas loucuras,


a pureza das relações.



E fazemos o homem-imagem,


que nos convém.


Não observando e respeitando


a energia da vida


forma única entre imagem e objeto.


19/06/89

Sequência em cores e imagens

Tintas


Espera, medita solitário


em seu vazio mundo azul.


Enquanto o cinza não aniquilar


o tempo, que passa interminável.


um branco companheiro recebe piceladas


do abstrato sentido da vida.


Expressando o prazer de ser eterno,


até o negro encontro com a mancha na arte

Sequência em cores e imagens

Sequência em Cia
Encontro o tempo,

e olho o caminho com ternura.

Nele a palavra,

esperança de um ideal;

o amor,

certeza de felicidade;

a saudade,

forte intenção de retorno.


23/02/87

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O dilema e a Liberdade - Liberdade escrita

Liberdade escrita






Letras caminham loucas sobre o papel,


o sentimento voa em infinito delírio.


Sonhos maravilhosos ornam


esta sensacional comquista de espaço.


Delimitada somente


pelo movimento febril da caneta.


Porém a realidade


atrela a tinta aos ferros da razão,


marcando em lágrimas a beleza,


pontuando uma mancha inerte sobre a emoção






06/02/87

O dilema e a liberdade - Lobo Capital

Lobo Capital




Coabitam em terreno manchado,


lobo e cordeiro.


Dilema existencial orientado


para a realização deste sujo sistema.



Onde a negra verdade é comercializada sob

a pele do comum desenvolvimento.

Dirigido por uma gula mecânica.

prega horrores sobre a carcaça da beleza.



Segue em escala gradativa


à mórbida ascendência económica.



Com voracidade irracional


destrói até os brancos valores,


camuflagem e alicerces de sua podre estrutura.


02/87

Fascinação e imagem - Video-foto

Video-foto


Fascinado com televisivas imagens,


expostas em cores,


captadas por uma objetiva pessoal


retratando a lacuna existente


em nós seres cegos ao brilho


surpreendente da arte incrustada no comum


Paro e focalizo a vida-arte,


que surge do aparentemente vazio,


bela e expressiva.


03/03/86

Fascinação e imagem - Ninfa

Ninfa


Informo que temos uma nifa,


que não foi produzida pela máquina moderna


Pois originária do belo, maravilha o mundo atual.


Poética afirmação existencial, sentir é viver,

isto aprendera criança.


Hoje nos contagia com tamanha verdade.

Encanta com sua meiguice,


que o tempo, seu perfeito conivente.


resalva indestrutível.


01/86

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Arte Projetada - Sorriso verdade

Sorriso verdade


Sorriso solto, louco real,


paira na face sóbria da razão




Razão que aniquila o sonho,


quase extinto, porém,


pretenso a verdade




Verdade meiga, pura emoção


que vem e fica,


ou as vezes efêmera.




Mas que forte expresse alegria,


vontade maior da vida

Arte Projetada - Projeção irreal

Projeção irreal



És um super-homem cinematográfico ,


reproduzido em série para satisfação comum.




Admita a tua impotência


equipada de teus defeitos,


os teus temores,


perante o futuro incerto por ti construído.


Os falsos fantasmas que te aprissíonam;


a aranha negra e sua teia maligna,


o camaleão social e suas mil facetas de vida.


Todos escondem o escuro fim,


e inapto ao teu roteiro serás descartado.




As luzes não mais divulgarão


o herói pequeno,


projetado em dimensões irreais.




18/09/85
Ricardo D`Ávila

Arte Projetada - Tormenta artística

Tormenta artística



Como uma, duas...


infinitamente numerável


esta produção inverossímel da vida






Ecoa no espaço das afiramções,


que cercam-lhe, tomando forma irreal


e atormentando os teus sonhos,


dando espaço para o concreto defeituoso.






Artisticamente entalhada


nas profundas cicatrizes do ser.






Eis que a matéria espera-te,


hábil escultor do convívio humano,


e tens tua tarefa:


Modelar hoje o realizável


a partir da silhueta obscura,


que te é apresentada.






21/08/85
Ricardo D`Ávila

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amar, existir inteiro e transceder - Transcendente ser


Transcendente ser


Inexpressível fim ou realizável começo!


indagações que cultuadores da vida e da morte.


inserem como necessárias á perpetuação social.




Preces, ritos e lágrimas


não são determinantes da eterna comunidade




Porém o culto e o homem subjugam o ser,


que é primordialmente grande,


pois unifica sem bitolação de tempo e espaço.




Fortalecendo a interminável


vida transcendente.


22/07/85
Ricardo D`Ávila

Amar, existir inteiro e transceder - Todo fome e sede


Todo fome e sede




Não sou depois, sou agora.


Não sou um meio e sim um todo


a conflitar-se com o imprevisto prato.




Repleto de imagens que não me saciam,


pois são efémeras e fantasiosas.


Deglutindo de forma voraz


os que lhe cobiçam.




Decrescendo o ser diante dos precipícios


formados por sua gula aritmética.




Porém, ó brilho final do amanhecer ébrio,


que o trago na boca sedenta


não me reduza ao ridículo de uma mísera fração.




E que a taça fria do eventual


não eferveça o meu sangue para


saciar a fome do belo.




É necessário que a vida seja real,


para que famintos sadios


partilhem do sentir,


degustando cada momento com sabor total.






16/12/84
Ricardo D`Ávila

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Amar, existir inteiro e transceder - Armadura

Armadura



Pasmo diante de um ser superior,


porém acorrentado por seus desejos.




Penalizado por tua imensurável subordinação.


Grito alto para que acordes e vivas,


pois o ar que tu respiras sufoca tua graça e magnitude.




Se achas que a clausura de sentimentos


te fortalecerá para o social, não vives,


enganas com a armadura que te envolve.




Por mais opaca que seja, esta capa,


deixa transparecer por frechas de vontade


a vida que em ti reluz.




Que cintile o livre ser !


07/12/84
Ricardo D`Ávila

O homem, a vida e o trabalho - Palco, Luz e cor



Palco, Luz e cor




Ofusca-me este palco iluminado,


de luzes sem ideais,


as cores sem razões


em um frenético ritmo devastador.




Corrompendo o brilho de cada ser,


lançando imagens como letreiros luminosos,


agressivos e alienantes.




Ofuscante também é a nossa passividade,


que se veste de razões incurtidas


para esconder o negro fim social.




É desperante este quadro,


somos regrados por poderosos refletores.




Vivemos de flashs de vida,


ligados eletricamente ao negativismo humano.




Sinto amarelar cada vez mais


a esperança de vida melhor.


Onde está o povo que não entra em cena


com garrar de estrelar ?


Não fechem as cortinas, que a vida continua !


01/12/84

domingo, 19 de setembro de 2010

O homem, a vida e o trabalho - Homem enlatado

Homem enlatado


É pura utopia o bom caráter humano.


beleza que os poetas divulgam


são frutos de sua mente marginal,


incapaz de adaptar-se a sociedade.




Por mais que mostre um tom de vida comum,


a carnificina prevalece.


E a antropofagia é o meio mais eficaz


para o alcance do sucesso.




Só assim será reduzida a comcorrência,


e os teus valores reais.




Causa náuseas tal estado de putrefação humana,


Porém o mercado favorece


o desenvolvimento desta canibalidade.




Resultando em seres enlatados,


dispostos em prateleiras.


Rotulados um a um, por ti homem moderno.


16/11/84
Ricardo D`Ávila

O homem, a vida e o trabalho - Solidão operaria

Solidão operaria





Ficas só !


Solidão já te é companheira,


límpida e pura .




Mostra o teu interior,


engrandece a tua dureza




Sobes as paredes


como exímio pedreiro,


pois elas afastam


curiosos olhares para o teu interior




Modelar hoje o realizável,


a partir da silhueta obscura


que te apresentam.




Armando o cimento da estrutura fria do ser,


engrandecendo o universo ao teu redor.




Para que a obra inerte


fale mais alto


que o material do convívio humano.


20/05/84

Eu e o social - Camaleão social

Camaleão social



Vagamos muito em busca da definição do ser,


mas a personalidade é algo,


que não encontra justificativa em fatos.




E a cada momento nos ocorre uma metamorfose forçada,


pois a vida exprime realidades,


que vão contra nossos conceitos.




Assim perambulamos maltrapilhos


de razões e ideais,


já corroídos pela sociedade camaleão em que vivemos.




Não que sejamos covardes,


apenas nos camuflamos


com intuito de não sermos degredados.




Fugirmos de um padrão imposto,


é como não aceitar a cor ambiente.




Tornamo-nos frágeis e destrutíveis,


perante o devorador sistema.


11/83

Eu e o social - Mecanicamente humano

Mecanicamente humano


Ouço o barulho infernal


componente básico desta vida agitada.


Máquinas urram em seu tilintar frenético,


a fúria contida em seu possuidor.




Trazem a paranóia


em sua simplicidade digitai


teclas expressam de forma mecânica,


sentimentos e belas emoções.




Homens anulam-se


perante este mundo de agitações,


ligadas a construção do nada existencial




Onde o vazio preenche


as lacunas do operante improdutivo.


10/83

Eu e o social - Lucidez ou existência

Lucidez ou existência



Só a lucidez explica a loucura.


Se és lúcido para enxergar as ruínas do mundo moderno,


desejas sofrer das faculdades mentais,


ou diria, viver das faculdades mentais.




Elaborando sua vida em um mundo


sem conflitos e conturbações sociais.




A inconstância de situações,


impostas a todos com amargo sabor de derrota


marginaliza-nos, para melhor digeri-la.


Existir em um mundo deste,


frusta todos os potenciais do indivíduo.




Se viver é tão contraditório no mundo atual,


nossa sociedade é uma fábrica de suicidas.




Como coexistir com estas imposições ?


Só com o poder dos opressores.




Não para ser um futuro carrasco,


mas para livrar-se das correntes sociais,


que aprissionam os mais belos sentimentos




Pois a liberdade conquistada,


incendeia o fogo da vida comum e normal.


08/83

Eu e o social - Cegueira

Cegueira




Sê obscuro,


a liberdade também o é.




E só quando a tens por completo,


ela clareia a vida.




Procura teu facho,


ilumina este poço sombrio.




Não te acostumes às trevas,


pois elas serão teu próprio martírio.




Olha adiante,


segue sem receio.


Assim resplandecerá teu interior.




Não acendas o fósforo,


tens a tocha.




Ignora os contratempos


segue o que almejas com convicção.




No ponto centro está o brilho que procuras


Escolha a cor deste brilho,


sem que ele abale os teus dogmas.


Só assim enxergarás !


07/83

Questionando - Propulsão

Propulsão



O inconformismo humano é algo surpreendente.


Talvez seja isto a mola propulsora


de todo avanço tecnológico.



Porém a situação de desordem social


em que encontra-se cada indivíduo,


é uma avaria no sistema propulsor.



Pois ele, engrenagem desta evolução,


vive desgastado, sem os devidos reparos.


E a deficiente manutenção,


feita pela chave administrativa,


sicroniza-o em uma inércia alienante,


aniquilando aos poucos o desenvolvimento.



Condenando-nos finalmente às trevas


06/83

Questionando - Vida sol de brilho

Vida sol de brilho






Vida sol de brilho a deslizar,


Como águas de um riacho,


sem saber onde findar.






Findamento de vida,


como barreira


a querer lhe fechar






Tapa o sol com uma peneira,


sem seu brilho apagar.


Tenho em meu sol uma peneira,


que vive a me podar.






Mas não será por tu, peneira,


que o meu brilho irá cessar.


Pois lá no fundo tenho um riacho,


com meu sol a deslizar.






Mas que diacho de barreira,


não me deixa continuar.

Questionando - O mal imundo

O mal imundo


Dinheiro, este mal imundo,


no qual rasteja o homem,


como um moribundo.



Um moribundo permutável,


que vende, compra ou troca,


em uma barganha interminável.



Onde vende a alma,


O caráter e, até, a personalidade.


Sim, e é onde vivemos,


na mesma desumanidade.



Na qual o mais abonado


compra sua alforria,


Vivendo atrás do vil-metal,


usando de toda sua valentia.



E o pior que nem sempre com muita honestidade,


Mas o que importa é ouvir


O ser menor chamar isso de sociedade


1979

Questionando - Eleição ou desilusão

Eleição ou desilusão








Olha a inflação !


e outra vez sobe o preço do pão.


Isto é urna caristia !


e quem preocupa-se com a nossa economia.






Talvez os chefões que dizem ser da minoria,


pobres e humildes até o décimo quinto dia.


O subalterno termina sendo rei por um dia, é até ironia






De que vale esta triste alegria,


depois ele volta a sua monotonia,


e como sempre sem tanta regalia.






Mas nesta capa de humildade,


está igual a toda sociedade,


recheada de promessas,


e só promessas.






Como abaixo a inflação,


abaixo a fome,


teremos nova reclassificação.


Esta é a prece doentia


dos pastores da oposição






Nestas circunstâncias,


é melhor acreditar na renovação.


Esta é pior, pois na sua crença,


só sobe o de maior potência.






Ao término deste leilão,


o impotente ou o de baixo,


recebe como dadivas de sua nobre opinião,


por algums longos anos;


a humilação, o parasitismo


e a sua desilusão.






1978